100% de erro nas projeções da taxa Selic
Quanto você acredita que vai ser a Selic no final de 2025?
Com qual grau de assertividade sua previsão está certa?
Você tem mais ou menos capacidade de acerto do que um economista profissional?
Em dezembro de 2023, o Valor Econômico compilou as previsões de 120 instituições financeiras para a taxa Selic no final de 2024. Trata-se de uma janela curta, apenas 12 meses, e poderíamos esperar certo grau de assertividade. As projeções variaram de 7% a 10,5%. A taxa real foi de 12,25%. Ou seja, todos erraram. E o erro foi de até 5,25%!
Um erro muito comum dos investidores é acreditar devemos acertar o cenário macroeconômico para gerar bons resultados em suas carteiras de investimentos. Investir não é sobre prever o futuro, mas sim sobre tomar boas decisões baseado nas informações presentes. Boas decisões são tomadas quando damos o devido peso as particularidades de cada investidor, ou seja, devemos olhar para a pessoa física ao invés de olhar somente para o mundo dos investimentos.
Vivemos em um mundo com excesso de dados e informações. Investidores e entusiastas do mercado financeiro frequentemente dedicam bastante tempo e energia para analisar o cenário atual e tentar prever os movimentos futuros dos indicadores de mercado. São matérias, podcasts, entrevistas e análises gratuitas e pagas que estão à disposição para que os interessados dediquem tempo e energia.
Se nem os profissionais conseguiram prever a Selic em um horizonte curto de 12 meses, o que dirá de um amador tentando fazer isso? Certamente um investidor que depende de acertar essas previsões para gerar resultados em sua carteira terá péssimos retornos ao longo do tempo. É um gasto e dedicação de tempo e energia para consumo das informações que não vai se materializar em resultado financeiro.
A boa notícia é que você não precisa acertar previsões econômicas para tomar boas decisões de investimento. Separei 5 pontos importantes:
Como tomar boas decisões de investimento sem depender de previsões?
- Evite reações impulsivas a notícias semanais. Atenção gera retorno financeiro. Boa parte da mídia especializada é remunerada por gerar cliques, e matérias com tom sensacionalista e pessimista chamam mais atenção. É da natureza humana. Investidores devem blindar-se desse clima e tomar decisões racionais, de cabeça fria.
- Minimize taxas e custos de transação. Movimentar sua carteira de investimentos com frequência gera custos excessivos que remuneram os intermediários. Impostos, taxas e custos de transação corroem o patrimônio do investidor ao longo do tempo. Quem paga a conta é o investidor, que termina com um patrimônio menor do que poderia.
- Escolha veículos de investimento eficientes para cada objetivo. Parte do trabalho de planejamento financeiro é entender quais os veículos mais eficientes para cada investidor e para cada investimento. Para se expor ao mesmo ativo podemos escolher diferentes veículos: fundos abertos, fundos fechados, previdência, ativos listados etc. É fundamental saber as vantagens e desvantagens de cada um, dessa forma podemos gerar mais resultado através de uma decisão assertiva.
- Defina uma filosofia de investimentos sólida e um plano financeiro claro. Saiba aonde você quer chegar e tenha um plano claro para isso. Os investidores devem saber dizer sim e não aos diferentes cenários, riscos e oportunidades que se apresentam com frequência no mercado financeiro. Com um plano e uma filosofia adequados, tomar boas decisões fica muito mais fácil. Quem somente navega ao curso do vento nunca chega no destino definido.
- Planeje com antecedência sua disponibilidade e necessidades financeiras. Entender o fluxo de liquidez de cada investidor é fundamental. Fazer a correta gestão da liquidez pode gerar mais retorno a carteira sem aumentar o risco. Esse é um pilar fundamental dos investimentos que frequentemente é ignorado pelos investidores.
Investir de forma estratégica e fundamentada não exige acertar previsões — mas sim tomar decisões conscientes e bem orientadas.
